O livro tornou-se popular com o surgimento da imprensa – o evento mais importante do período moderno – colocando uma quantidade enorme de informação a disposição, mesmo para as classes sociais mais baixas. Tomando cuidado com o anacronismo podemos pensar na internet atualmente e a avalanche de informação ofertada. Mas o livro, apesar de toda tecnologia ainda é um objeto que ao mesmo tempo é informação e fetiche, prazer e conhecimento.
Fui editor de um dos últimos livros do bibliófilo José Mindlin, personalidade que dispensa apresentação. O conheci por intermédio de um amigo da FIESP, mas o que mais me chamou atenção ao encontrá-lo foi de um lado a simplicidade e de outro a profundidade. Cercado por livros raros, garimpados por anos, a sua vasta biblioteca (A Brasiliana) é um verdadeiro templo do saber, e mais um registro da pluralidade e a importância do livro para a história humana.
Produzir livro continua um desafio, justamente porque ele é o veículo perfeito as mais variadas experiências e saberes humanos – das confissões de profissionais do sexo, às teses científicas que revolucionam o mundo. Não esquecendo livros que influenciaram gerações: Os Lusíadas, O Apanhador no Campo de Centeio, Grande Sertão: Veredas e muitos outros. Como seria a vida sem eles e tantas criações fantásticas que tiveram no livro o seu instrumento de divulgação?
O livro, como qualquer outro produto tem que ser vendável. É difícil produzir livros porque exige mais do que capacitação técnica – é preciso talento.
Para as editoras fica o desafio de encontrar profissionais capacitados e que tenham aquele algo a mais que vai representar tanto nas vendas como na qualidade. Uma das alternativas é a terceirização, amplamente usada no meio editorial. Assim profissionais com diferentes perfis e capacidades podem ser recrutados para trabalhos específicos. Um exemplo são os tradutores, alguns com uma estilística primorosa que é muito útil na tradução e adaptação de romances e obras ficcionais.
A apresentação do livro também é importantíssima. Por isso, capa e título são fundamentais para o sucesso comercial de um livro. Eles têm de ser ao mesmo tempo fiéis ao conteúdo, e prender a atenção do leitor em poucos segundos, já que há inúmeras outras obras competindo pelo mesmo espaço. Assim capista e editor criam uma sinergia em prol de um livro de sucesso!
O editor, como um maestro, coordena e extrai o melhor de todo o processo. Ele é peça-chave, e se envolve em todas as etapas: desde a prospecção até a chegada às prateleiras.
Considero, portanto, a terceirização e a consultoria grandes aliadas das editoras. Economizando com encargos trabalhistas e estrutura ao mesmo tempo em que permitem contar com a experiência de profissionais, que de outra forma são muito dispendiosos. A venda de livros tem aumentado muito nos últimos anos, seja dos impressos ou e-books, assim é importante as editoras estarem preparadas formando um mix de colaboradores contratados e terceirizados.
Palavras-chave: Terceirização, editora, livro, mercado editorial
*Marcos Torrigo acumula mais de 15 anos de experiência no mercado editorial com atuação nos diferentes elos que compõem a cadeia produtiva do setor. Editou livros líderes em vendas para empresas de variados portes e perfis, como Ediouro, Madras e Geração. Também dirigiu sua própria editora, Anubis, posteriormente revendida a investidores, e foi sócio da Zipak, livraria referência no mercado holístico. Escritor por hobby é autor de Universo Holográfico e O Livro Completo dos Heróis, Mitos e Lendas, entre outros títulos. Atualmente comanda a consultoria PerScriptum com sede na capital paulista.
E-mail: marcostorrigo@perscriptum.com.br
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